Coimbrão dos antigos areais,
dos modernos pinheirais
concelhios e reais ,
donde há muito desertaram
os teus serradores braçais!
Oh Coimbrão dos valados e levadas,
das debulhas e das eiras
batidas pelos moais !
Oh Coimbrão dos ranchos,das desfolhadas
e das terras sachadas e arrendadas,
das vinhas e milheirais,
dos capachos,das esteiras
e das alegres ceifeiras!
dos modernos pinheirais
concelhios e reais ,
donde há muito desertaram
os teus serradores braçais!
Oh Coimbrão dos valados e levadas,
das debulhas e das eiras
batidas pelos moais !
Oh Coimbrão dos ranchos,das desfolhadas
e das terras sachadas e arrendadas,
das vinhas e milheirais,
dos capachos,das esteiras
e das alegres ceifeiras!
Já não riemos alpendres
das tuas casas caiadas...
Nemjá vejo as cantareiras
de loiça tão carregadas,
ostentando sempre a Cruz...
Já nem usam limonete
na orelha os conversados...
Já não oiço as «Graças» dadas
nas bodas dos teus noivados...
das tuas casas caiadas...
Nemjá vejo as cantareiras
de loiça tão carregadas,
ostentando sempre a Cruz...
Já nem usam limonete
na orelha os conversados...
Já não oiço as «Graças» dadas
nas bodas dos teus noivados...
Que fizeste,oh Coimbrão,
dos canos brancos , de lã,
calçadas desde manhã,
e dos teus alicadores,
das festas e dos andores
e antigos arraiais?
dos canos brancos , de lã,
calçadas desde manhã,
e dos teus alicadores,
das festas e dos andores
e antigos arraiais?
Os folares e as chouriças,
os presuntos e as nabiças
pra quem os guardais Coimbrão?
E a tua broa espoada
com tanto esmero amassada
e as abóboras porqueiras,
as pevides bem torradas
e os tremoços das «palhadas»?
os presuntos e as nabiças
pra quem os guardais Coimbrão?
E a tua broa espoada
com tanto esmero amassada
e as abóboras porqueiras,
as pevides bem torradas
e os tremoços das «palhadas»?
Eos teus caminhos d'areia,
que no inverno enlameia?
E as tuas sebes de silvas
carregadinhas d'amoras?
Eos teus cerrados d'outrora
comas suas velhas noras?
Eo teus carros a chiar,
pesados de mato e lenha
guardada n'alpendurada
para atear a fogueira
ao rico tacho d'arame
onde há-de ferver a banha ?
Eo teu campo das cheias
com ruivacos e enguias,
sanguessugas , cotovias,
por entre os teus salgueirais ?
Eas vacas a pastar
e os porcos a engordar
e os pastores a brincar ?
E os chocalhos das cabras
no regresso p'los pinhais,
soandoao entardecer ?
que no inverno enlameia?
E as tuas sebes de silvas
carregadinhas d'amoras?
Eos teus cerrados d'outrora
comas suas velhas noras?
Eo teus carros a chiar,
pesados de mato e lenha
guardada n'alpendurada
para atear a fogueira
ao rico tacho d'arame
onde há-de ferver a banha ?
Eo teu campo das cheias
com ruivacos e enguias,
sanguessugas , cotovias,
por entre os teus salgueirais ?
Eas vacas a pastar
e os porcos a engordar
e os pastores a brincar ?
E os chocalhos das cabras
no regresso p'los pinhais,
soandoao entardecer ?
E o Setembro com as uvas,
com os cestos e as tinas
as dornas e as vindimas,
os mostros e as quartolas ?
E o mostro a ferver
e as adegas a encher?
com os cestos e as tinas
as dornas e as vindimas,
os mostros e as quartolas ?
E o mostro a ferver
e as adegas a encher?
E os Santos e o Natal ?
Eas matanças e os torresmos,
os presuntos e as morcelas
e a manteiga nas panelas ?
Eas matanças e os torresmos,
os presuntos e as morcelas
e a manteiga nas panelas ?
Eos toques dÁve-Marias
rezados com devoção ?
E os homens que as ouviam
e respeitosos ,oravam,
rodando o chapeu na mão ?
rezados com devoção ?
E os homens que as ouviam
e respeitosos ,oravam,
rodando o chapeu na mão ?
Já tanta coisa lá vai!
Já muita quase findou!
Disto tudo o que ficou ?
Já muita quase findou!
Disto tudo o que ficou ?
Saudades? Realidades ?
...Outro Coimbrão se gerou...
...Outro Coimbrão se gerou...
" Parte de uma composição poética recitada em festa de estudantes no Salão Paroquial , nas férias de 1962 pelos«Jograis do Coimbrão » : Amílcar João Crespo da Silva Rolo , João Crespo da Silva Rolo , João Manuel Pedrosa Vareiro , Joaquim José Crespo da Silva Rolo , Nuno Alvares Matias Ferreira e Sérgio Manuel Ruivo Crespo )..
Fonte : Jornal " A voz do Domingo " 23/10/1966
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